Paixão Ardente


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Esta chama voraz que arde em meu peito
Me atordoa, me embala, me agita no leito,
Em pseudos e doces espasmos de dor...

É dor saborosa, que leva à loucura,
Que acalma, aquece, entorpece, tortura,
Insolentes e castos eflúvios de amor...
Que são estas ondas tão incoerentes,
De sons e de cores, fortes, envolventes,

De tantos sabores paradoxais?
Serão os sentidos que estão me enganando,
Ou apenas os sonhos que vão me embalando,
Em meus dias maduros... tristes... outonais?

Confesso...

... é o grito, o brado, o clamor, a explosão,
Louco sentimento mesclado em paixão,
Que sinto por ti e é tão delirante...

Que só se acalma quando adormeço
E do mundo, da vida, das dores esqueço,
No pouso encantado de teu peito amante...
              
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A Fragancia da sua pele...



                         Se eu lhe olhar muito, peço que me perdoe.
 É que eu trabalho com as vistas,
Com os olhos cheios de calor
E mesmo no escuro eu vejo

A luz que emana
Da fragrância da sua pele.
Se eu tirar de dentro do peito
Um suspirar bem profundo,
Peço humildemente que não ligue.

É que sou muito sensível
Quando de você me acerco
E sinto bater lá no cérebro
A fragrância da sua pele.

Se eu ficar atordoado
Sem saber o que fazer
Quando você se apresenta,
Não ligue, cale, suporte.

É que o ar me entontece,
Me deixa louco, adormece
Com a fragrância da sua pele.

Se penso que é rosa
Ou outra cor que enternece
A sombra dos seus cabelos,
É isso mesmo que penso,
Que cheiro, vejo e respiro.

Quero sentir num suspiro
A fragrância da sua pele.